terça-feira, fevereiro 06, 2007

O cinema da minha infância (1): JUNGLE JIM

Regresso porque senti saudades do cinema que moldou o meu imaginário; Não para pôr estrelinhas que nada acrescentam, pois quem se pode fiar nas críticas díspares/disparatadas que enxameiam os média e desorientam os que gostam de cinema? Não para falar dos filems que todos vêm ou de que todos falam.
Dos filmes que vou rememorar talvez alguns sejam, à luz dos padrões actuais, intragáveis. Mas esta é uma falsa questão, pois "mau hoje" sé se pode considerar o que já era mau na época. Avaliações fora de contexto só se fazem por ignorância ou má fé. Se a primeira se compreende; a segunda enoja. Adiante.
O acontecimento, que mobilizou toda a população da aldeia de Santa Marinha (Seia, Beira Alta) nos idos de 1953/4 (?), durou uma semana . As sessões, de mais de duas horas, eram efectuadas por projeccionistas ambulantes. E nós sentávamo-nos no chão do largo de S. João ou sobre pedras, tijolos ou mochos trazidos de casa naquelas noites longas e tórridas de Verão.
Não sei dizer se o filme era bom ou mau. Nunca mais o revi e não sei se seria suficientemente isento para reavaliá-lo. Sei que foi um fascínio entrar na selva excessiva misteriosa e imprevisível onde as feras humanas e animais se entredegladiavam para viver amar e sobreviver. Retenho para sempre a luta terrível em que uma gigantesca giboia constrictor surprende um tigre e a luta terrível e infindável que se segue e termina no injusto abraço da morte ao belo e imponente felino e o começo da respectiva ingestão. Ainda hoje me pergunto se seria ou não trucagem. Pelo tigre, preferia que fosse, mas pela veracidade não me pareceu. Talvez fossem os meus olhos de miúdo; talvez o olhar de então. Quem se sabe as trucagens actuais, que nos parecem agoara tão realistas, não serão olhadas daqui a uns anos como grotescas. Porém não é isso que diminui um filme. A prova é que o recente remake do King-Kong não o torna melhor que o de Coopper e Shoedesack.
O meu fascínio pelo cinema começou aqui.

1 comentário:

Anónimo disse...

Cinema ao ar livre.
Também estive lá - Tinha 6 anos.
è bom recordar.
Manuel Viegas
08/05/2007